O governo deve anunciar nos próximos dias novas regras para a concessão de financiamentos pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). O Ministério da Educação vai passar a exigir desempenho dos cursos superiores que quiserem participar do programa, além de avaliar se eles correspondem a expectativa de emprego e salário dos estudantes.
Faculdades que reajustaram as mensalidades com índices superiores a inflação também podem ser retiradas do Fies. O ministro da Educação, Cid Gomes, disse nesta quarta-feira que como o governo tem um custo com esses financiamentos, quer negociar esse nível de reajuste das faculdades.
“Se alguém reajustar sua mensalidade acima da inflação, tem de ser justificado”, disse. “Nós temos que acompanhar esse processo. Isso não pode correr solto. Estamos tratando de recursos públicos. Qual foi a inflação no Brasil nos últimos seis meses?”, ponderou.
Para Cid, é preciso que os cursos ofereçam retorno aos estudantes em relação a expectativa de emprego e renda. “O futuro do Fies vai levar em conta a qualidade dos cursos. Estamos financiando a oportunidade do ensino superior a esses jovens, não dando dinheiro”, afirmou. Segundo ele, o governo não quer “induzir os jovens a fazer cursos que não deem a eles expectativa salarial”.
De acordo com o ministro, novos critérios serão criados para que o financiamento seja liberado para cursos de qualidade e cursos estratégicos para o País. “Estamos fundando um processo de negociação com ofertadores (de cursos), eles irão mandar qual é a sua capacidade”, disse, ressaltando que também serão contemplados os “cursos que são estratégicos para o futuro do Brasil”.
O ministro listou física, química e matemática entre os cursos que seriam importantes estrategicamente para Brasil. Segundo Cid, o novo balizador não vai prejudicar as matrículas de quem já participa do Fies. “O ministério avalia os cursos. Nos de boa qualidade, os alunos que atendem os requisitos serão contemplados”, disse.
Fonte: Estadão Conteúdo