Dentre as medidas de aumento de impostos anunciadas pelo governo nesta semana, a elevação do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) é a que afeta o bolso dos contribuintes de forma mais direta. Com a mudança, o consumidor pode passar a pagar centenas de reais a mais em operações de crédito, como no financiamento de veículos.
A Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) realizou algumas simulações para mostrar exatamente qual é o impacto desse aumento no bolso dos brasileiros.
A medida determina a elevação da alíquota de IOF de 1,50% ao ano para 3,00% ao ano para operações de crédito realizadas em até 365 dias. Além disso, foi mantida a taxa adicional de IOF, que desconta um percentual fixo de 0,38% do valor transacionado em cada operação.
Enquanto algumas linhas de crédito sofrerão aumentos de 20 ou 30 reais, outras, que envolvem valores mais altos, como é o caso do financiamento de veículos, já terão um acréscimo que pode chegar a mais de 400 reais.
Veja a seguir como o aumento do IOF eleva o custo final de sete operações de crédito, segundo simulação realizada pela Anefac.
1) Financiamento de uma geladeira, em 12 meses, no valor de 1.500 reais com taxa de juros média de 4,85% ao mês
Antes, com IOF de 1,50% ao ano, o consumidor pagaria 12 parcelas de 170,96 reais, totalizando um valor de 2.051,52 reais. Agora, com IOF de 3,00% ao ano, o consumidor passará a pagar 12 prestações de 173,48 reais, totalizando 2.081,76 reais.
A elevação do IOF representará, portanto, um aumento de 2,52 reais na prestação e de 30,24 reais no total do financiamento.
2) Utilização do limite do cheque especial por 20 dias no mês no valor de 5 mil reais com taxa de juros média de 8,92% ao mês
Antes, com IOF de 1,50% ao ano, o correntista pagaria 350,58 reais de juros mais IOF. Agora, com IOF de 3,00% ao ano, o consumidor passará a pagar 355,09 reais.
A elevação do IOF acrescenta 4,51 reais à cada prestação mensal da dívida.
3) Utilização do rotativo do cartão de crédito no valor de 3 mil reais com taxa de juros média de 11,22% ao mês
Antes, com IOF de 1,50% ao ano, o consumidor pagaria 351,69 reais de juros mais IOF. Agora, com IOF de 3,00% ao ano, o consumidor passará a pagar 355,38 reais.
Com a elevação do IOF, cada prestação fica 3,69 reais mais cara.
4) Empréstimo pessoal em banco, por 12 meses, no valor de 4 mil reais, com taxa de juros média de 3,61% ao mês
Antes, com IOF de 1,50% ao ano, seriam pagas 12 parcelas mensais de 424,45 reais, ou 5.093,40 reais ao final do empréstimo. Agora, com IOF de 3,00% ao ano, o devedor pagará 12 parcelas de 430,70 reais, totalizando 5.168,40 reais.
O aumento do IOF eleva o valor da prestação em 6,25 reais e representa um acréscimo de 75 reais no custo final do financiamento.
5) Empréstimo pessoal em financeira, por 12 meses, no valor de 2 mil reais, com taxa de juros média de 7,34% ao mês
Antes, com IOF de 1,50% ao ano, o consumidor pagaria 12 parcelas mensais de 261,21 reais, totalizando um valor de 3.134,52 reais. Agora, com IOF de 3,00% ao ano, as parcelas passam a ser de 265,05 reais e o valor final totaliza 3.180,60 reais.
A elevação do IOF representará um acréscimo de 3,84 reais à cada prestação e de 46,08 reais no total do financiamento.
6) Financiamento de um carro, em 12 meses, no valor de 25 mil reais com taxa de juros média de 1,84% ao mês
Antes, com IOF de 1,50% ao ano, o comprador pagaria 12 parcelas mensais de 2.384,83 reais, ou 28.617,96 reais ao final do financiamento. Agora, com IOF de 3,00% ao ano, serão 12 parcelas mensais de 2.419,94 reais, ou 29.039,28 reais no total.
A alta do IOF gera um aumento de 35,11 reais nas prestações e de 421,32 reais no valor final financiamento.
7) Financiamento de um carro, em 36 meses, no valor de 25 mil reais com taxa de juros média de 1,84% ao mês
Tanto antes, como agora, o consumidor pagaria 36 parcelas mensais de 973,77 reais, totalizando 35.055,72 reais.
A elevação do IOF não representa nenhum acréscimo nesse caso porque o prazo do financiamento é superior a 365 dias. Como a elevação do imposto se limitou ao prazo de um ano, financiamentos de prazos superiores a esse mantêm a alíquota anterior do IOF.
Fonte: Exame.com